Projeto de três refeições nas escolas ainda não tem previsão de execução
- EDUK
- 18 de jun. de 2019
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Atualizado: 31 de out. de 2019
Programa está em desenvolvimento e é uma das propostas do governador do Paraná Ratinho Junior voltadas à educação

Por Barbara Schiontek, Évelyn Rodrigues, Rita Vidal e Stefany Mello
No final de 2018, quando ainda era candidato ao cargo, o governador do Paraná Ratinho Júnior declarou que a educação seria uma área prioridade e que, entre as medidas para a melhoria deste campo, havia a intenção de implementar um projeto que garante três refeições aos alunos ao invés de uma única merenda. O plano está em construção, mas ainda sem previsão de execução.
No último ano, o atual governador do Paraná, Ratinho Júnior, destacou que uma melhoria na parte nutricional estava entre suas propostas voltadas para a área da educação. Ao invés de fornecer apenas uma refeição por período nas escolas, ofertaria três merendas. De acordo com o governador durante as sabatinas realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a justificativa da proposta está ligada ao fato de que, provenientes de famílias humildes, alguns jovens vão com fome à escola, fator que acaba influenciando de maneira negativa em sua aprendizagem.
A assistente de Roni Bernardinis - gerente do Departamento de Nutrição e Alimentação da Fundepar - Débora Gomes esclarece que a proposta das três refeições ainda está em construção e que por enquanto, as escolas estão recebendo as entregas habituais, que variam de periodicidade conforme o alimento.
“O projeto demanda analisar a estrutura da escola, saber quais diretores terão a necessidade da adesão das refeições, além de envolver os horários. Os indicadores ainda estão sendo levantados para que o projeto possa ser colocado em prática”, afirma Débora.
As 2.146 escolas do Paraná recebem alimentos não perecíveis, como arroz, feijão e trigo a cada 45 dias. No período de 15 dias são enviadas carnes congeladas e leite. Já as frutas e legumes são enviados semanalmente e são coletados da agricultura familiar, conta a assistente.
Débora ainda afirma que cada escola recebe o alimento de acordo com a necessidade que é solicitada pelos diretores previamente.
Em contato com uma escola da rede estadual, que preferiu não se identificar, foi possível constatar que esta recebe uma refeição regularmente. Segundo entrevistado, a escola ainda vê a necessidade de uma maior variedade de alimentos, principalmente no que diz respeito aos não perecíveis, como bolachas e cereais.
Entretanto, a escola não nega o bom atendimento que recebe do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, com envios reforçados de legumes, frutas e verduras, itens essenciais para a alimentação dos estudantes.
Uma aluna do ensino médio de outra escola da rede estadual relata que onde estuda há a disponibilidade de alimentos em maioria do tipo perecíveis e que há uma grande variedade no cardápio. “A maior parte da minha sala come o lanche que a escola oferece”, confirma.
Para a mãe da aluna citada acima, o projeto de três merendas escolares refletirá em aspectos positivos. “Não é o caso da minha família, mas sabemos que existem crianças que se alimentam somente na escola. Seria muito interessante se essa quantidade pudesse saciar ainda mais a fome dos estudantes”, afirma.
Do ponto de vista da nutricionista Camila Marlene Machado, uma boa alimentação é o principal caminho para o desenvolvimento de uma criança, tanto na questão física, quanto no que diz respeito aos fatores cognitivos. “Uma criança carente de bons nutrientes claramente não terá um bom rendimento escolar”, pontua.
Para a profissional, levando em consideração que, atualmente, as crianças passam boa parte do dia na escola e fazem a maioria das refeições nas escolas, o acréscimo de mais duas merendas tende a ser um fator muito positivo tanto em uma melhor aprendizagem, quanto em outros aspectos, uma vez que algumas crianças dependem somente da alimentação escolar.
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